Se a Fenatran 2023 mostrou que os brutos elétricos chegam para ficar, a Volvo - uma das líderes mundiais em comercialização de caminhões movidos a eletricidade - não perdeu tempo e mostrou o que projeta para o Brasil em pouco tempo ao expor na feira o FM Electric, um veículo para distribuição urbana e regional, com autonomia de até 300 quilômetros. Em breve, o modelo participará de testes com transportadores brasileiros em diferentes operações.
“Trazer o FM Electric para o Brasil é um importante marco no nosso compromisso com o transporte livre de combustíveis fósseis. A eletrificação do transporte de cargas por caminhões pesados já é uma solução viável na Europa e logo será aqui também”, afirma Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina. Em 2019, a marca foi a primeira entre os fabricantes tradicionais a oferecer caminhões 100% elétricos. Produzindo em série modelos semipesados e pesados, atualmente a Volvo tem uma oferta completa deste tipo de veículo na Europa (onde é líder em elétricos) e nos EUA.
O FM Electric tem opções com PBTC (Peso Bruto Total Combinado) de até 44 toneladas. Pode ser equipado com pacotes de duas a seis baterias (180-540 kWh), dependendo do tipo de aplicação a que for destinado. Com suspensão a ar em todos os eixos, é dotado de freios de regeneração (recupera a energia quando o freio é acionado). “É uma tecnologia bastante útil e eficiente para operações urbanas, na qual as frenagens e arrancadas são constantes”, declara Alan Holzmann, diretor de planejamento de produto da Volvo Trucks na América Latina.
Ao fim da jornada diária de trabalho pode ter carregamento noturno com corrente alternada, em estações de abastecimento no pátio da transportadora. Como alternativa, podem ser feitas recargas rápidas em corrente contínua. “Os pontos de recarga são definidos em conjunto com os transportadores, de acordo com o perfil da rota, distância e peso da carga”, explica Alcides Cavalcanti, diretor executivo de caminhões da Volvo no Brasil.
O FM Electric tem potência de até 490 kW (660hp). Equipado com a consagrada caixa de câmbio I-Shift, é um veículo para uma série de diferentes operações: desde o transporte de produtos industrializados, cargas refrigeradas, alimentos e bebidas, até bens de consumo e hortifrutigranjeiros, podendo ser implementado com baú ou sider, em carretas de dois ou três eixos.
Além de proporcionar zero emissões de gases, o novo caminhão tem baixíssimo nível de ruído, o que o torna uma excelente opção para executar tarefas urbanas e à noite, sem provocar poluição sonora e incômodo em áreas residenciais. Pode até ser utilizado em ambientes fechados como galpões e armazéns, por exemplo. Outro atributo importante é que o veículo oferece pouca vibração, garantindo um ambiente de trabalho muito mais confortável para os motoristas que passam longas horas dentro da cabine.
Como em todos os produtos Volvo, a reciclabilidade do FM Electric é alta. Com uma estimativa média de duração de oito anos, as baterias podem ter uma segunda vida de mais de 20 anos, servindo como unidades de armazenamento de energia para casas, prédios e outras instalações alimentadas por geração fotovoltaica ou eólica.
A Volvo sempre esteve na vanguarda mundial em soluções de transporte ambientalmente corretas. A visão da marca é reduzir em 50% as emissões de CO2 de seus veículos até 2030 e em 100% até 2040. A meta é, inclusive, se antecipar aos pactos governamentais com este objetivo. “Isso passa por várias tecnologias, como motores de combustão cada vez mais avançados, usando combustíveis de origem não fóssil; caminhões elétricos à bateria e caminhões elétricos movidos por células de hidrogênio, para percorrer distâncias mais longas. É uma jornada complexa, mas estamos seguindo globalmente a passos largos em todas essas direções”, assegura Lirmann.
“Nossos engenheiros estão continuamente projetando veículos cada vez mais limpos e oferecendo novas formas de melhorar a capacidade de transporte, sempre associando com recursos sustentáveis. O compromisso da Volvo com a sociedade e o planeta é de longa data”, reforça Holzmann. Ele lembra que o Brasil tem um grande potencial para essa tecnologia, seja pela grande vocação na produção de energia limpa, ou pelo interesse demonstrado pelos transportadores e embarcadores em busca de soluções cada vez mais eficientes e amigáveis ao meio ambiente.