SEM POLUIÇÃO
Scania vai usar biometano produzido pela Raízem em sua planta
Empresas se unem na pauta por um mundo Net Zero e, por meio do acordo, a fabricante sueca de veículos pesados substituirá o uso de gás natural por biometano nas operações da empresa
26/10/2022 07h11 Atualizada há 2 anos
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A Scania, referência mundial em transporte e logística sustentável, e a Raízen, empresa integrada de energia e referência global em bioenergia, firmaram uma parceria que viabilizará o fornecimento de biometano para utilização na operação industrial da fabricante de veículos pesados em São Bernardo do Campo/SP a partir de 2024.

 

O contrato estabelece o fornecimento médio de 7.800 metros cúbicos de biometano por dia, volume que representa 100% do consumo da fábrica da Scania. A medida é uma das ações que a empresa sueca tem adotado para cumprir suas metas de descarbonização. “Vínhamos nos preparando para migrar para o biometano, fazendo testes e estudando maneiras para adquirir essa energia renovável de maneira estruturada. A abertura do mercado livre de gás nos possibilitou um novo modelo de negócio, fizemos uma consulta de mercado e depois de meses de negociações e aprendizados, finalmente fechamos esse acordo, que nos coloca em uma posição de pioneiros”, destaca Christopher Podgorski, Presidente e CEO da Scania Latin America.

 

Nos últimos anos a Raízen vem reforçando seu papel no mercado como uma empresa provedora de soluções de energia e renováveis e, com metas similares às da Scania, a companhia tem focado em apoiar clientes e parceiros na descarbonização e transição para uma matriz energética mais limpa. “Desde sua formação, a Raízen já evitou a emissão de 30 milhões de toneladas de CO2 e temos como objetivo ser um parceiro estratégico para ampliar o potencial e incentivar a jornada de descarbonização de nossos clientes, contribuindo para a construção de uma matriz cada vez mais limpa”, afirma Paula Kovarsky, Vice-Presidente de Estratégia e Sustentabilidade da Raízen.

 

A Raízen possui metas sociais e ambientais estabelecidas para 2030, na década da ação, com destaque para os compromissos relacionados às mudanças climáticas com alvo na redução da pegada de carbono dos nossos produtos que nos permitirão ter 80% do EBITDA ajustando vindo de negócios renováveis. “É um orgulho estar ao lado da Scania, uma empresa referência em seu segmento, ajudando nesta trajetória”, completa Paula.

 

O acordo entre as empresas é consistente com as metas climáticas de curto prazo assumidas pela Scania e aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTi) de reduzir em 50% a emissão de gases de efeito estufa de suas operações industriais e comerciais até 2025 (com base em 2015), considerando as emissões próprias (escopo 1) e as de energia adquirida (escopo 2); e reduzir em 20% as emissões de carbono equivalente na frota circulante (ônibus e caminhões produzidos pela empresa que rodam nas mãos de terceiros), com foco no escopo 3 (emissões indiretas).

 

“São metas desafiadoras que nos levam a inovar, investir em tecnologias e desenvolver soluções que ajudem outras empresas a também reduzirem suas emissões. Independentemente do quanto cresceremos, nossas ações giram em torno de eficiência energética, transição de combustíveis fósseis para renováveis e contratos de energia limpa”, explica Christopher Podgorski.

 

Substituto para o gás natural, diesel ou GLP, o gás natural renovável é produzido a partir do reaproveitamento de resíduos da cana-de-açúcar, com potencial para reduzir mais de 90% das emissões diretas de GEE (gases de efeito estufa) ao substituir combustíveis fósseis, sendo uma solução sustentável, capaz de acelerar a descarbonização de diversos setores de forma eficiente.

 

“Toda a nossa produção é baseada na economia circular. Utilizamos esse conceito como uma ferramenta para produzir cada vez mais utilizando a mesma área plantada de cana, garantindo assim a otimização e aproveitamento dos recursos naturais e contribuindo para um futuro mais sustentável”, comenta Raphaella Gomes, CEO da Raízen GEO Biogás, responsável pela produção do biometano.

 

No total, cinco operações da fábrica da Scania utilizam, atualmente, o gás natural: nos testes de caminhões a gás, na pintura de cabinas, no abastecimento de veículos industriais, na geração de vapor, nos restaurantes e na frota de veículos próprios da Logística da Scania.

 

“Focada nos compromissos de redução de emissão de poluentes, a empresa seguiu procurando, dentro de suas estruturas, onde estavam os maiores emissores e quais soluções poderiam ser incorporadas para avançarmos na transição. Identificamos que a maior emissão de CO2 nas operações industriais é relacionada ao uso do gás e o biometano se mostrou uma solução”, conta Debora Tanaka, gerente de projeto de sustentabilidade e coordenação de parcerias estratégicas da Scania Latin America, uma das responsáveis pela implementação do acordo.

 

O acordo entre as empresas vai permitir que a Scania adquira moléculas de biometano diretamente da Raízen e, da mesma forma que ocorre com o mercado livre de energia, utilizará um sistema de distribuição, neste caso, da Comgás, a quem a Raízen solicitará um estudo de viabilidade técnica e econômica. “Até então, comprava-se biometano com entrega física sobre rodas. Para os testes, utilizamos carretas de biometano comprimido nos pontos de abastecimento de nossas operações e conseguimos comprovar que o uso do biometano é 100% intercambiável com o gás natural, não altera em nada o desempenho dessas operações e ainda é 100% limpo”, conta Debora.