BALANÇO DE JULHO
Alta nos emplacamentos ocorreu em virtude da maior oferta de produtos
Hoje, o segmento está com espera entre 30 e 60 dias, dependendo do modelo
03/08/2022 11h33 Atualizada há 2 anos
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De acordo com dados da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, em julho, os emplacamentos de veículos registraram retração de 2,6%, em todos os segmentos somados, na comparação com o mês anterior, e queda de 0,6%, em relação a julho de 2021. No acumulado, dos sete primeiros meses do ano, o setor apresentou resultado próximo da estabilidade, quando comparado ao mesmo período de 2021, com baixa de 2,7%.

 

“Os segmentos tiveram comportamentos distintos em julho. Alguns registraram números melhores do que os de junho, com destaque para automóveis, comerciais leves e caminhões, enquanto outros, como ônibus e motocicletas apontaram retração. A queda pode ser explicada por um conjunto de fatores, como a menor oferta, especialmente, no segmento de duas rodas, por conta de problemas na produção e pela maior restrição e aumento do custo de crédito, já que a inadimplência, nos financiamentos de veículos, está em 4,5%, de acordo com os dados divulgados, pelo BACEN, referentes a abril/2022”, analisa Andreta Jr., Presidente da Fenabrave.

 

Já a alta registrada nos emplacamentos de caminhões aconteceu em virtude da maior oferta de produtos, por parte da indústria, que ainda enfrenta problemas pontuais de abastecimento de peças e componentes. “A demanda se mantém estável e, em julho, muitas unidades que estavam à espera de componentes foram finalizadas e entregues aos compradores. Hoje, o segmento está com espera entre 30 e 60 dias, dependendo do modelo”, analisa Andreta Jr. 

 

Com a nova redução do IPI, para automóveis, que passou de 18,5% (desde 25 de fevereiro) para 24,75% (a partir de 1 de agosto), anunciada pelo Governo, a entidade espera que os volumes de emplacamentos possam crescer ainda mais, finalizando o ano dentro das expectativas da Fenabrave. E, que apontam para um resultado equivalente ao obtido em 2021 ou, na melhor das hipóteses, a um crescimento de mais de 4%, para autos e leves, chegando a um total de mais de 2.060.000 unidades. “Se a produção retornar à sua normalidade, e com mais esse estímulo do Governo, talvez consigamos atingir esse patamar”, acredita Andreta Jr.

 

Automóveis e Comerciais leves: Com fechamento positivo sobre junho, os segmentos vêm mantendo a recuperação gradativa em relação aos volumes emplacados em julho. “Acreditamos ser um ótimo resultado, se considerarmos o custo e a seletividade do crédito, nesse momento. Pela primeira vez, no ano, os emplacamentos de autos e leves estiveram acima do registrado, no mesmo mês de 2021, o que é um bom indicativo para este início de 2º semestre”, afirma Andreta Jr.

 

Automóveis e Comerciais Leves Eletrificados

 

Obs.: Desde julho de 2022, o release da FENABRAVE contempla informações de veículos eletrificados, nos segmentos de Automóveis e Comerciais Leves e Motocicletas.

 

Em julho, os emplacamentos de autos e leves eletrificados somaram 3.136 unidades, volume inferior aos registrados em junho de 2022 (4.072) e julho de 2021 (3.624). “Como se trata de um mercado ainda em amadurecimento, essas oscilações são esperadas. Além disso, o volume de julho não ficou muito distante da média mensal do ano (3,3 mil unidades, das quais, 84% são modelos híbridos, à combustão)”, explica Andreta Jr.

       

Ônibus: Com média mensal inferior a 2 mil unidades, o segmento se mantém próximo ao desempenho de 2021. “Houve uma retração maior em julho, mas é uma variação que tem sido natural neste segmento, uma vez que, dada a base baixa, pequenas altas ou reduções, em unidades emplacadas, podem provocar grandes variações percentuais”, diz Andreta Jr.

 

O desempenho deste segmento está, diretamente, relacionado ao mercado de caminhões e, com a maior disponibilidade destes, em julho, os emplacamentos de implementos também foram impulsionados. “Conforme os transportadores recebem caminhões, já encaminham as compras dos implementos. São dois segmentos interdependentes”, afirma o Presidente da Fenabrave.